Wednesday, October 21, 2009

SOBRE A EMPOLGAÇÃO DE VOLTAR PARA CASA!


Na última temporada de "A Odisséia de Mamori na Austrália" a mocinha da nossa história estava tomando cataflan para se recuperar de subir e descer 400 vezes os quatro andares do seu antigo prédio para mudar-se ás pressas e desesperadamente para a rua de baixo quando seu bonito e folgado flatmate HOMEM não ajudou nada em nenhum dos dois dias de mudança porque ele tinha que assistir 'vídeos animados na internet, digo, tinha que que fazer uma apresentação para a universidade, deixando Mamori para queimar 300 milhões de calorias em 48 horas junto com a outra flatmate guerreira "Formiga Atômica", que no final do dia já estava praticamente um louva-deus pois os braços em forma de abraço do caixote não mais mexiam!
Tudo isso emendado no fato de estar temporariamente desempregada, porém livre do inferno e de no auge da mudança ter que sair por quatro horas para ir a um treinamento do novo emprego!
Oh! Esquecemos de contar! Mamori conseguiu um novo emprego numa empresa consideralvelmente (acrescente quantos mentes quiser) mais razoável que a empresa passada. SIM Mamori terá um emprego quando voltar das merecidas férias no paraíso tropical do Brasil!!!! Uhuuu.

UFAAA...

O importante agora é que Mamori vai de férias ao Brasil, comer empadinha de camarão e pizza de calabresa!
E mesmo que nesses dias que antecedem a viagem ela mal consiga dormir, tamanha é a ansiedade, tudo bem, compensa pois em breve ela poderá dar abraços de urso em todos os seus familiares e amigos!

- Ok narrador, obrigada pelos seus serviços mas agora gostaria de dar umas palavrinhas com o meu público leitor.

Alô, alô, testatando? Estão me ouvindo? Ou melhor, lendo?

Ótimo! Caraca... nem acredito que estou aqui para dizer que estou contando os minutos para chegar no Brasil!
Depois de ter passado por uma super odisséia em que trabalhei, estudei, pedi demissão, arrumei outro emprego, me mudei enquanto começava no outro emprego e administrava o site de casamento da minha irmã e todos os compromissos extras com o Le Cordon Bleu, os amigos e etc, etc, etc, estou sonhando com o fato de que em breve comerei uma coxinha com catupiry dentro!
Aliás, fiz uma lista de coisas que quero comer quando chegar no Brasil, não que eu esteja indo só para comer, mas é uma boa parte do que quero fazer aí (no entando, minha odisséia gastronômica terá início apenas depois do casamento pois não quero entrar na igreja parecendo um bucho enrolado num pano verde!):
Lista para mim mesma:

- coxinha com catupiry
- empadinha de camarão;
- pastel de queijo e caldo de cana;
- pizza de calabresa e frango com catupiry;
- moqueca de camarão da minha mãe
- onigiri da bá com bife a milanesa e pastel de carne!
- churrasco do villas
- churrasco da mãe da Thatá (asinhas com queijo?)
- churrasco do meu pai (puxa... acho que gosto mesmo de churrasco)
- brigadeiro e beijinho da Thatá
- pão de mel da munik
- bem casado e todos os doces do casamento
- mandioca frita
- banana frita
- caldo de mocotó
- Sushi do Hiroshi
- qualquer coisa que a Bá cozinhar
- acarajé... no entanto não sei onde conseguirei um bom em SP - aceito dicas
- escondidinho de carne seca e mandioca
- leitão a pururuca e tutu de feijão com farofa de ovo
- feijoada com couve
- hot dog com tudo dentro
- sanduba de campinas daquele lugar que a gente come a noite
- manga, melancia, goiaba vermelha, caqui, jabuticaba e ponkan

OH Céus, sinto que vou engordar!

Preciso:

- marcar uma consulta com a nutricionista depois de comer tudo isso
- NÃO marcar consulta com a endocrinologista
- fazer drenagem linfática e talvez me internar no mesmo spa do Daniel Oliveira quando ele filmou CAZUZA.
- Todas essas consultas me fazem lembrar que talvez eu precise dar um jeito nos cascos... isso - marcar consulta com o Ivan.

Melhor começar a descer pra Manly a pé e não tomar mais o ônibus...!

A parte disso... que o tempo passe muito mega master ultra-sonicamente veloz pra eu chegar no Brasil rapidinhooo!
Meu povo e minha pova! Estou chegando! Preparem o sal de fruta!
PS. Perdão aos seguidores do blog que recebem mil atualizações dos meus posts... mas é que mesmo corrigindo várias vezes ainda faço erros gramaticais... hehehhehe
PS. Quero abraçar todo mundo! Não estou abandonando ninguém pela comida. Mesmo porque, isso é algo rude ir em festa só para comer... ahahhahhhaha

Monday, October 5, 2009

Incrível




Impressionante.



Impressionante mesmo é encontrar paz num trecho copiado de um livro saído do coração outrora tocado pelas palavras de alguém, ou simplesmente poder ver que está sol lá fora e que é uma sorte não ser soldado em guerra, escravo de alguém ou vítima de qualquer tipo de abuso que seja.



Impressionante mesmo é a maneira transcendental como o ser humano se cura do passado, das moléstias do presente, de um tombo, de um episódio desses assim, que te faz parar para pensar que o mundo inteiro deve ter desacelerado para olhar, e sentido sua vergonha ou sua dor ou sua resignação silenciosa.



Impressionante é ter coragem de sair, de começar de novo, de terminar, de perguntar, de abrir os olhos, de fechá-los; quando os inúmeros julgamentos sociais te silenciam, te ignoram ou te sufocam.



Impressionante é ainda ser capaz de se emocionar quando a loucura dos homens te arrebatou por inteiro, estraçalhou sua noção de realidade, seu senso de espaço e direção. Tudo isso por um pedaço de carne ou pelo simples fato de que seu nome ou o título que te deram sei lá por qual razão passa por cima do seu discernimento entre certo e errado, aquele discernimento interno que vem no pacote de ser humano.



E acho até engraçado as pessoas que saem por aí falando que não existe certo e errado, que são apenas escolhas diferentes (devagar aí... uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa). Todo mundo que tem filho, irmão mais novo, primo mais novo, afilhado e sei lá mais o que, ensina que é errado roubar, desrespeitar, extorquir, trair e chantagear... mas talvez, o que me preocupe mais é saber que quando eles forem experimentar o mundo por si mesmos vão encontrar uma realidade diferente daquela que foram ensinados a praticar.



Para mim, se certo e errado não existisse a gente não passaria tanto tempo tentando fazer a escolha certa e não se sentiria tão mal quando faz algo errado.



Em pleno século XXI, enquanto o homem estuda o espaço inter-atômico do DNA ainda engatinhamos para exercitar o perdão sincero, a gratidão que é um sentimento vindo da graça e a compaixão que é o ato de se colocar no lugar do outro antes de atirar uma pedra, soltar veneno pela boca ou negligenciar as necessidades de alguém. Mais que isso, é ver que bondade genuína soa para a maioria dos grupos mais descolados e/ou cocainados da cidade como uma frase de para-choque de caminhão, mais precisamente um clichê politicamente correto.



Impressionante é ver que tem gente tão absorta num problema que não vê que o verdadeiro problema está no coração e não na cabeça e muito menos nos outros. Que o pior tipo de incompetência é não saber dar e se permitir uma coisa que está aí como característica inerente: amor.
Não estou falando só do amor pelo próximo (porque disso já escreveram tantas e tantas vezes) estou falando do amor por você mesmo, pela sua naturalidade, pela grandiosidade que permite com que você seja, inexoravelmente a melhor versão de si mesmo, livre dos conceitos estereotipados das revistas, das grotescas mentiras que se conta para si mesmo ou das falácias maldosas da amiga que está sempre na moda, andando com as pessoas certas e que adora poder.



Me pego pensando que enquanto a gente tem que provar que é honesto o bastante, inteligente o bastante, qualificado o bastante, limpo o bastante, bonito o bastante, agradável o bastante, o tempo está passando e quando velhos e cansados, mortos e em espírito, tudo aquilo pelo qual derramamos sangue e lágrimas significa exatamente nada se você não usou o que te foi dado para o bem.



Por isso, por experiência própria, entendi que não se deve fazer nada por obrigação ou compromisso porque a gente não deve atar o outro às nossas escolhas, nem se atar às escolhas dos outros. É mais justo para as partes fazer porque quer, estar ali porque quer e ao escolher estar ali, estar por inteiro e não pela metade.



O cotidiano deve ser mais divertido e bonito do que realmente é porque ao invés de apenas ler sobre as grandes jornadas dos homens, é possível fazê-las, viver tudo aquilo que está nos livros, conversar com gente diferente, dormir na praia e acordar no alto de uma montanha nevada. Sair do centro para encontrar o próprio centro. O dentro profundo onde retomamos nossa condição de liberdade.



Encorajo quem passa por mim a viajar e ver o mundo com os próprios olhos, escrever seu próprio diário. Encorajo a experimentar viver numa cidade diferente, a fazer uma horta, comer aquilo que plantou, pelo menos uma vez na vida para saber como dá trabalho fazer crescer um repolho que é de onde os pais dizem que vêm os filhos. E apoio comprar de artistas desconhecidos e desapegados para incentivar o novo, e gosto de produtores responsáveis e simples que deixam as galinhas serem galinhas e apagam a luz quando fica de noite.



Tudo isso porque hoje o mundo está de um jeito e espero que amanhã esteja melhor.



Espero sinceramente que amanhã não tenham que gastar milhões para dizer para as pessoas que matar alguém não é legal, que grandes corporações têm matado legalmente um monte de gente por causa de pedaços de papel com cara de presidentes assassinados e espécies em extinção, que quando você joga lixo na rua os bueiros mal projetados das grandes cidades entopem e alagam o consultório da minha irmã e a casa da sua mãe e que muito provavelmente esse lixo ainda vai estar no mesmo lugar na sua próxima encarnação.



Espero que amanhã, meus filhos não tenham que imigrar para saber o que é correr livre num parque e voltar tranquilos para casa depois das seis sem ter que pegar um engarrafamento ou pensar em vinte maneiras de evitar um assalto. Espero que não tenhamos que tocar mais nesse tipo de assunto e que todo nosso tempo seja para discutir onde podemos melhorar e não onde continuamos errando.



Impressionante é ver gente com a qual poucos falariam oferecendo uma mão, e que quem você nunca esperou que fosse estar ali ao seu lado quando você nunca imaginou estar em determinada situação, acabou de fato dividindo seu assunto de cabeceira e compartilhando dos seus sonhos e pratos de macarrão.


Impressionante é ver irmão tirando do irmão por vaidade ou cruel ambição e ver gente que tem muito pouco ou quase nada dar tudo o que tem porque fora da caridade pouca coisa faz sentido. E tudo aquilo que agride, complexos, distúrbios, paradoxos abandonam o que são porque nem eles mesmos vêem sentido e pedem paz.

Paz para tomar decisões melhores e mais conscientes, paz para caminhar, para se apaixonar, para lavar a boca, voltar atrás, chutar o balde, entender qual face assume qual momento, paz para viver inspirado, para gritar, cantar ou calar, paz para ceder, paz para ser alguém nesse mar de 4 bilhões e mais alguns.

Impressionante é saber que ás vezes tudo o que se pode fazer é contar uma história, mostrar as fotos e os filmes, esperando que quem veja e/ou escute aprenda alguma coisa com ela e seja melhor. Não pelos outros mas por si mesmo e consequentemente para os outros, se assim desejar.



Impressionante é como a vida é imprevisível e que mesmo assim existe uma canção certa para cada ocasião. Impressionante se espantar e comover com o humano, com o coração que bate, com as mão que dão forma à humanidade,com aquilo que se pode fazer e escolher.


Impressionante, não...incrível! Como tudo aquilo que é possível amar. Incrível como nosso futuro.